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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quer internet? Então lute pela neutralidade da rede. E já!

A gente não pode deixar essa passar batido
De Curitiba

A Câmara dos Deputados deve colocar em votação nesta terça-feira, dia 29, o projeto de lei que regulamenta o serviço de internet no Brasil. É o chamado “marco civil” da internet.

Por favor, acompanhe esse assunto, escreva para o seu deputado ou deputada federal – ou, se você não votou em ninguém ou não se lembra, escolhe um.

Entre em contato com ele ou com ela para pedir que o texto aprovado garanta, principalmente, a chamada “neutralidade” da rede.

São termos – “projeto de lei”, “marco civil”, “neutralidade da rede” - pouco digeríveis, mas são imprescindíveis pra nossa vida em sociedade hoje e amanhã.

Afinal, acesso à internet é tão essencial quanto aprender a ler e escrever, ter água, luz, rádio e televisão em casa.

A “neutralidade da rede”, que é o ponto crucial do projeto de lei em tramitação, é fundamental para garantir que todo mundo tenha acesso a tudo o que está na internet sem precisar pagar mais por isso, ou fechar planos e pacotes específicos com as operadoras do serviço (Net, Vivo, GVT, Oi, Tim, Claro...).

A “neutralidade da rede” vai obrigar as operadoras a garantir que você tenha a mesma chance de acesso ao facebook, ao twitter ou ao youtube, que tenha a este blog ou qualquer outro site.

Se não houver, garantida em lei, a “neutralidade da rede”, uma operadora pode exigir que, pra você acessar o facebook, por exemplo, precise possuir plano x ou pacote y, e assim por diante.

Na prática isso já está ocorrendo. É só ver anúncios da Claro que vendem “pacotes” em que os acessos ao twitter e ao facebook são “grátis”. Isto é, quem não tem aquele plano, só pagando acessa esses dois.

Hoje o negócio é vendido como se fosse uma vantagem - “acesso grátis a facebook e twitter”. Mas daqui a algum tempo, se isso não for coibido, o acesso a sites mais procurados ou desejados será um privilégio de quem puder pagar mais.

Ou seja, pra postar uma foto no flickr ou um vídeo no youtube, você vai precisar ter pacote x ou y, o que certamente vai custar dinheiro. Se não puder pagar, vai ter que se contentar em acessar outros sites que “caibam” no seu bolso.

Faço um mea-culpa: demorei a falar sobre isso aqui, a ajudar a repercutir o assunto.

Mas ainda é tempo, e cá estamos.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Jornada reduzida para motoristas: por uma viagem mais segura

Condutores são obrigados a também cobrar passagem (foto: Prefeitura de Santos)
De Curitiba
 
Um projeto de lei que tramita no Senado merece ampla repercussão porque atinge milhares de brasileiros que todos os dias dependem de ônibus para ir e voltar para casa, do trabalho, do estudo ou do lazer.

O projeto reduz para 36 horas semanais a carga horária semanal de trabalho dos motoristas de transporte coletivo.

Nada mais justo.

A gente que usa o transporte público diariamente vê o quão desgastante e arriscado é conduzir ônibus no caótico trânsito das médias e grandes cidades.

E, não bastasse a responsa de carregar centenas de pessoas em cada viagem, em veículos nem sempre nas condições ideais, ultimamente o motorista tem que cobrar passagem, se preocupar com troco, largar a boleia para operar equipamentos que embarcam cadeirantes e dar satisfações a passageiros insatisfeitos com a demora no ponto.

A redução da jornada é qualidade de trabalho e vida para os profissionais, e melhora da qualidade e da segurança do serviço prestado à população.

O projeto só não interessa mesmo às viações e sua sanha por lucro.

Aliás, o poder econômico já demonstra agir contra. O projeto estava previsto para ser discutido na Comissão de Assuntos Sociais do Senado em 25 de setembro mas, de última hora, foi retirado de pauta – a pedido do senador Clésio Andrade (PMDB-MG), dono de viação em seu estado.

Agora, o projeto terá de passar, primeiro, por outras duas comissões (infraestrutura e assuntos econômicos). Ou seja, sua tramitação tende a demorar.

O autor do projeto de lei é o senador Alfredo Nascimento (PR-AM). O número do projeto é 266/2013. Para saber mais, clique aqui e aqui.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A catraia

Embarcação passa sob o cais do Porto de Santos (foto: Instituto Querô)

De Curitiba

Diante do temporal que se avizinhava no final da tarde de hoje em Curitiba, tuitei, enquanto esperava ônibus, que só uma catraia teria condições de tráfego caso toda aquela água que ameaçava cair, caísse.

"Catraia?", me perguntaram.

Me dei conta, talvez pela primeira vez, que catraia é um termo extraordinariamente regional.

Então aqui vai a explicação, a qual exponho com muito prazer porque me faz reviver peculiaridades caiçaras.

Catraias, lá em Santos, são aquelas barquinhas que fazem a travessia do Mercado Municipal para Vicente de Carvalho, cruzando o estuário - passando, inclusive, por debaixo de um canal que há sob um trecho do cais do porto.

Quando a maré está alta, os passageiros precisam se curvar pra que a cabeça não bata no teto do canal-túnel. Quando a catraia cruza com um navio no caminho, é preciso se segurar pra não ser saculejado (e derrubado) pela marola.
 
No filme "Lula, o filho do Brasil" há cenas com a Glória Pires nas estações de catraias tanto do lado de Vicente de Carvalho como do lado do Mercado, e também da própria travessia.

(Quando Dona Lindu e os filhos - entre eles o que viria a ser presidente da República - migraram de Pernambuco para São Paulo, instalaram-se na Baixada Santista)

A catraia é ágil e importante meio de transporte entre Santos e Guarujá, utilizado de domingo a domingo por trabalhadores e estudantes.

Apesar de parecer precário, é um sistema seguro - raros são os acidentes envolvendo as embarcações.

Há projetos de criação de passeios turísticos na região que se utilizem das catraias.

Seria um atrativo e tanto.

Como diz o personagem do curta metragem "De Catraia", do Instituto Querô, as catraias são as nossas gôndolas de Veneza.

Para assistir ao curta, clique aqui.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Dilma terá de correr para escapar da zona do rebaixamento em reforma agrária

Protesto dos sem-terra nesta quinta, em Aracaju (foto: MST)

De Curitiba

A presidenta Dilma Rousseff lançou nesta quinta-feira, dia 17, um plano de fomento à agroecologia e, segundo a Rede Brasil Atual, parece ter feito um mea-culpa sobre a pífia dedicação de seu governo ao tema da reforma agrária.

Prometeu, até o final do ano, publicar 100 decretos de desapropriação de terras improdutivas para destinar a quem quer e precisa de área para plantar e, da roça, tirar o sustento.

Dilma precisa correr contra o tempo para sair da zona do rebaixamento entre os governos que menos destinaram terras para a reforma agrária.

Até o Estadão, assumidamente pouco afeito às causas dos sem-terra, não deixa de destacar – nesta matéria de Roldão Arruda, reproduzida pelo site do MST – o desempenho série D do governo Dilma na questão agrária.

Embora prevista na Constituição de 1988, cujos 25 anos foram recém-completados, a reforma agrária é um passivo secular que os governos, quase sempre vinculados ao interesse do capital, insistem em ignorar.

(João Goulart ousou enfrentar o problema e, por essas outras, foi deposto pelo poder econômico)

É evidente que a reforma agrária é a solução, na raiz, para boa parte dos problemas da sociedade brasileira.

A reforma agrária combate o êxodo rural que ocasiona o inchaço das grandes cidades que por sua vez acentua a exclusão, a qual gera violência. A reforma agrária garante a expansão da produção de alimentos em modelo independente das regras de mercado do agronegócio. Maior oferta de alimentos é comida a preço mais baixo – é mais gente alimentada, é menor pressão inflacionária.

Enfim, os argumentos em defesa da reforma agrária estão por aí em livros e teses, incontestes.

Voltemos à matéria do Estadão.

“Do ponto de vista da redistribuição de terras”, começa o texto, “2013 caminha para ser o pior ano da reforma agrária desde o início do período da redemocratização, em 1985. Faltando menos de três meses para o fechamento das atividades do ano, a presidente Dilma Rousseff ainda não assinou nenhum decreto de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, destinando-o para a criação de assentamentos rurais”.

Em seguida a matéria aponta o inacreditável – e inadmissível: Dilma segue rumo à triste marca de “superar” o governo de Fernando Collor de Melo em inércia no assunto.

Da coordenação nacional do MST, Alexandre Conceição foi taxativo ao repórter: “O governo Dilma é refém do agronegócio”.

Deplorável, todavia irrefutável, diagnóstico.

Basta ver a senadora godiva do latifúndio toda serelepe na defesa do governo.

Basta ver a Caixa, em propaganda há algumas semanas no ar, estrelada pela espetacular Paula Fernandes e por Almir Sater, se orgulhando de ser também “o banco do agronegócio”.

O pior é que tão cedo não seremos libertados.

Desses ditos no páreo na disputa da Presidência da República, não tem um – nem Marina Silva, nem Eduardo Campos, muito menos Serra ou Aécio Neves – com coragem para tentar o resgate. Pelo contrário, estão comprometidos com os sequestradores até o pescoço.

Tá tudo nas cartas.
 

Ufa! Não foi dessa vez que ganhei na mega-sena


Este bilhete sim, pode ser premiado (foto: WAA)
De Curitiba

Vez por outra jogo na mega-sena, entretanto quase sempre me esqueço de conferir o resultado.

De modo que a recente notícia sobre “um apostador do Paraná” que havia acertado na loteria mas ainda não tinha procurado nem a lotérica nem a Caixa Econômica Federal para sacar seu prêmio, essa me assustou.

Vá que esse apostador tenha sido eu?

Aí lendo melhor a notícia, constato que o apostador é de Ponta Grossa.

Moro em Curitiba, portanto...

Ops, logo em seguida me dou conta que costumo jogar na mega justamente quando estou fora da cidade. Uma, digamos, espécie de superstição involuntária.

Ponho-me, então, a viajar na memória para conferir se estive por Ponta Grossa tempos destes.

Não, não estive. Ufa!, não foi dessa vez que deixei escapar uma chance única. Bom, por outro lado... também não foi dessa vez que ganhei na mega sena.

Diante disso, e em Curitiba mesmo, fiz uma fezinha no concurso que correu ontem, quarta-feira, 16 de outubro.

Tão logo termine e publique este post, checarei o resultado do sorteio.

O caso do apostador de Ponta Grossa passou fino, serviu pra deixar a gente mais esperto.

Tem coisa que não acontece nem uma vez, duas então...

terça-feira, 15 de outubro de 2013

É a semana do "Curta Santos"

Cine Roxy, um dos lugares onde ocorre o festival (foto: Divulgação Curta Santos)
De Curitiba

Olha aí, pessoal da Baixada Santista, imperdível nesta semana a 11ª edição do Curta Santos, festival de cinema que reúne exibições de inéditos, mostra competitiva, debates e oficinas ligadas à sétima arte.

Começa hoje, dia 15, Dia dos Professores, e segue até sábado, dia 19.

A programação ocorre no Sesc Aparecida, no Cine Roxy, na Sala Toninho Dantas (Centro Cultural Zona Noroeste), na Oficina Cultural Pagu, na Vila do Teatro, no Australiano Bar e no Torto MPBar.

Entre os filmes a serem exibidos, destaques para os longas "O dia que durou 21 anos", "A memória que me contam" e "Cores".
(Confira a programação completa no site www.curtasantos.com.br)

Infelizmente não estarei em Santos nos dias do festival, mas indico pra quem está e, daqui de Curitiba, na medida do possível acompanharei o desenrolar pela internet.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Saudades d' A Gazeta Esportiva

Uma das históricas capa d' A Gazeta Esportiva
De Curitiba

comentei aqui que duas leituras foram fundamentais pra minha alfabetização – os gibis da Turma da Mônica (gostava – gosto – sobretudo do Chico Bento) e o jornal A Gazeta Esportiva.

Pois esta semana foi de recordação daquele tradicional e saudoso diário de esportes, que completou 66 anos de fundação na quinta-feira, dia 10.
Na verdade, jornal mesmo, impresso, de apanhar e folhear com as mãos, de guardar em pastas as matérias mais interessantes e as edições históricas, este não existe mais desde 2001.

Até então, meu pai trazia um exemplar todos os dias, quando voltava do trabalho. Lembro-me de, ainda aprendendo a ler, acompanhar a tabela de classificação dos campeonatos e as ilustrações, legendadas, dos principais gols da rodada.

A Gazeta Esportiva não resistiu à expansão da internet e à concorrência com o então novato Lance e deixou de circular, há 12 anos. Mas se mantém na praça, unicamente como site de notícias (www.gazetaesportiva.net).

Perdeu, claro, aquele encanto, todavia continua sendo minha principal fonte de informação sobre esportes.

“A Gazeta” está com uma página na internet em que conta sua trajetória: www.gazetaesportiva.net/blogs/aniversario-ge

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sobre a Marina Silva de quem me perguntam

Botava mais fé na Marina do Lula do que na do "Dudu"
De Curitiba
 
Por estes dias me andam a perguntar “o que acho” da Marina Silva.

Tem uma biografia exemplar, digna de consideração, respeito, admiração.

Mas está se perdendo, e rasurando sua biografia.

Desde pelo menos 2010, mudou-se para o campo da neodireita.

Tem pose e forma novas, porém o recheio é velho.

Deixou de combater o capital financeiro, o grande sanguessuga dos nossos recursos. Mais que isso, aliou-se-lhe. Não assume (o que é pior); esquiva-se com blá-blá-blá.

Não fala uma palavra, não escreve uma linha defendendo a reforma agrária, como antes. Sai pela tangente com essa de “produção e manejo sustentável”. Mais blá-blá-blá.

Democratização da mídia, taxação das grandes fortunas, fortalecimento do Estado, essas bandeiras da esquerda do passado de Marina também foram pro baú e substituídas por estandartes tucanados neolacerdinhas, como diria o Juremir Machado.

Enfim, um blá-blá-blá nem de esquerda, nem direita, nem de centro - e vice-versa, muito pelo contrário - o qual, óbvio, não me convence.

No "socialista neoliberal"  Eduardo Campos, encontrou o par ideal.

Uma pena.

Seria muito bom se pudéssemos contar com Marina Silva, da biografia exemplar, como uma alternativa mais à esquerda.

Neste texto, de 2010, falo da decepção que começava a surgir à época, com a "neutralidade" da então candidata do PV.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Nas curvas da estrada de Santos

Imigrantes, vista da Anchieta, e Santos lá embaixo (foto: WAA)
De Curitiba
No último domingo duas raridades na descida da Serra do Mar, de São Paulo para Santos.

Primeiro, o tempo aberto. Difícil, seja pela Anchieta ou pela Imigrantes, não topar com neblina.

Quando ela não aparece, a vista da Baixada Santista é límpida. E linda.

Dá pra identificar detalhes da paisagem lá de baixo.

Espanta, por exemplo, como está se verticalizando o Morro da Nova Cintra.

Outra exceção é a pista livre. Tudo bem que era domingo, horário de almoço, quando há pouco movimento tanto rumo ao porto como de turistas de um dia.

Mas é que os congestionamentos na descida da Serra têm sido tão frequentes e intensos que o trânsito fluindo normalmente, surpreende.

Sorte aproveitar essa combinação.

Até uma próxima.

sábado, 5 de outubro de 2013

Final de semana marca um ano do último triunfo eleitoral de Chávez

Chávez, no canto, fala à multidão, no encerramento da campanha de 2012 (foto: AVN)
De Curitiba

Os meus seguidos e seguidores da Venezuela no twitter relatam que este final de semana é de muita lembrança e saudade no país.

Há um ano, encerrava-se o processo eleitoral que daria mais uma vitória para Hugo Chávez.

E não era apenas um mero processo eleitoral, embora ir às urnas tenha se transformado em rotina com a Revolução Bolivariana.

O processo eleitoral de 2012 foi de resposta popular incisiva contra a direita venezuelana, patrocinada pelos Estados Unidos e amplamente repercutida no Brasil pelos veículos de comunicação tradicionais e seus analistas.

Primeiro, porque, quando se descobriu o câncer em Chávez em junho de 2011, se decretava, na mídia conservadora, que Hugo Chávez não sobreviveria até o processo eleitoral.

Sobreviveu.

Depois, a direita e a mesma mídia alardeavam que Chávez não teria condições de saúde para mergulhar fundo na campanha.

Mergulhou.

O 4 de outubro de 2012, recordado nesta sexta, entrou para a história como o dia em que um comício político mais reuniu gente em torno de um candidato.

Milhões, incontáveis, milhões de pessoas enfrentaram a chuva, banharam de vermelho pelo menos sete grande avenidas da capital, Caracas, para ouvir as palavras do comandante no encerramento daquela campanha.

(Clique aqui e confira fotos; e aqui, sensacional vídeo)

Observava-se, na mesma mídia conservadora, que daquela vez a oposição de direita tinha encontrado seu rumo com um candidato que representava o “novo”.

A “novidade” era Henrique Capriles, um dos protagonistas do golpe fracassado que tentou derrubar Chávez em 2002.

Ponderava-se, ainda na mídia conservadora, que mesmo não sendo tão “novo” assim, Capriles tinha mudado seu discurso, garantindo manter as conquistas da Revolução Bolivariana (que essa mesma mídia e a direita sempre omitiram), e que por isso podia ser considerado favorito a levar o pleito.

Perdeu.

O voto na Venezuela é facultativo e 7,4 milhões de eleitores (quase 55% dos que foram às urnas) escolheram Chávez – praticamente dez pontos percentuais de diferença em relação ao opositor.

A eleição foi em 7 de outubro de 2012. Há um ano, a Venezuela mais uma vez depositava em Chávez a confiança para seguir transformando.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Cristina de Tim Maia

No LP de Bezerra da Silva, o cacófato
De Curitiba
 
A Revista Fórum deste mês traz uma série de matérias sobre drogas - a política repressiva de combate, a liberalização em alguns países como mecanismo para estabelecer maior controle, a internação compulsória, a forma como a sociedade historicamente encarou assunto, entre outros pontos.

Uma dessas matérias, bem curiosa, é sobre como o tema aparece na música brasileira: as letras que lançam mão dos trocadilhos, aquelas que se utilizam das metáforas, algumas com mensagem implícita e outras mais explícitas na abordagem.

A matéria tem quatro páginas, cita casos mais conhecidos, alguns pouco falados e um, para mim, que foi uma baita surpresa.

Refiro-me a "Cristina", de Tim Maia.

Pra quem não conhece, a letra é a seguinte (pra escutar, acesse aqui):

Vou-me embora agora pra longe
Meu caminho é ida sem volta
Uma estrela amiga me guia
Minha asa presa se solta, eu

Vou ver Cristina, vou ver Cristina, vou ver Cristina

E por onde vou, vou deixando
Marcas do meu peito sangrando
Vou cobrir as flores da estrada
De um vermelho amor, madrugada, eu

Vou ver Cristina, vou ver Cristina, vou ver Cristina

Preciso ver Cristina, minha menina
Preciso ver Cristina, minha menina
Preciso vê-la, Cristina minha menina

Acho letra e música sensacionais - queria eu ter talento pra fazer uma declaração dessas.

A surpresa é que, segundo a matéria - assinada por Pedro Alexandre Sanches -, "'vou ver Cristina' era eufemismo da turma de Tim para dizer 'vou fumar maconha'". O jornalista continua: "Os consumidores de 'Cristina', a canção, ficavam (será?) por fora. Era tempo de brincar (brincar?) de esconde-esconde". A música é de 1970.

Que viagem, não?