Translate

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os jardins que encantam

 Paisagem que fascina: o Atlântico com o jardim santista. (foto: Tadeu Nascimento/PMS)

De Santos

Hoje recebi a visita dos companheiros Ari Silveira e Rosa Bittencourt. De Curitiba rumo ao Rio, fizeram uma parada em Santos. Para dar aquela força, um fraternal abraço e conhecer a cidade a qual enalteço tanto.

Chegaram e se encantaram, e sairam encantados, com a nossa orla.

A gente, que vive ou está sempre por aqui, acostuma-se à paisagem e às vezes se esquece do quão fascinante é esse encontro do Oceano Atlântico com os jardins das praias santistas.

Jardins esses que estão no Guiness Book, o Livro dos Recordes, registrados como os maiores à beira-mar do planeta.

São quase seis quilômetros de extensão e 50 metros de largura, com ciclovia, alamedas para caminhadas, fontes, bonde, cinema, biblioteca, gibiteca, concha acústica, quiosques de lanches, muito verde, sombra, chuveirinhos para banhos d'água fresca.

Ari e Rosa partiram em direção à Rio-Santos para seguir caminho via litoral norte paulista.

Certamente vão flagrar mais belas vistas e terminarão a viagem prontos para a nova vida no ano novo em terras - e mares - cariocas.

Feliz 2012!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Espertalhões em Serra Pelada

Antes o tempo d' Os Trapalhões
De Santos

Raros - porém mui estimados leitores deste blog -, primeiro as escusas pelo abandono. Mas é que os dias foram atribulados - estão, ainda -, de modo que faltou tempo e disposição para se dedicar a essas ferramentas aqui.

Com a poeira baixando, um pouco mais de tempo para a internet, e com os fatos de causar  indignação pipocando, cá estamos de volta.

Depois das desculpas pelo abandono, mais escusas, agora por tratar de tema tão azedo nesta véspera de Natal, que nos coloca na curva inicial das festividades da reta final de ano.

É, no entanto, que não podemos baixar a guarda. Justamente nestes momentos mais sucetíveis à distração é que os golpes vêm fulminantes.

Andemos ao que nos traz aqui.

Leio, em manchete na Agência Brasil, e repercutindo em outros sites jornalísticos (alguns, nem tanto) a notícia de que a exploração do ouro em Serra Pelada, no Pará, será retomada em 2012, duas décadas depois do fim do garimpo naquela mina.

Serra Pelada foi, nos anos 80, um formigueiro humano de gente arrancando dali o metal precioso. Rendeu ensaio fotográfico de Sebastião Salgado, dissertações de mestrado e teses de doutorados, históricas reportagens em jornais - rendeu até filme d' Os Trapalhões.

Pois é, agora são os espertalhões que desembarcam em Serra Pelada. Os espertalhões de um grupo canadense que se associaram à cooperativa de garipeiros da região pra levar nosso ouro - nosso ouro! - pra encher os bolsos no Hemisfério Norte.

Se Portugal, 300 anos atrás, sugou nosso ouro das nossas Minas Gerais, neste começo de século XXI será o Canadá a chupar nossa riqueza da Serra Pelada.

Uma colonização, claro, devidamente adequada aos tempos atuais, com todas as formalidades e rituais necessários à camuflagem.

O direito à exploração é assegurado por uma concessão da União, dada anos atrás sem nenhum debate com a sociedade, sob o silêncio da combativa e indormida mídia, à luz da ignorância córnea ou má-fé cínica do Legislativo, do Ministério Público, do Judiciário... 

Cadê os globais que combatem Belo Monte, o que acham de Serra Pelada?

De acordo com a matéria da Agência Brasil, a Colossus Minerals Inc - esse é nome da nova Companhia das Índias - vai destinar 25% dos lucros (bilionários, observa o texto) aos garimpeiros cooperados, aqueles que vão arriscar a vida, trabalhar feito uns condenados. A multinacional, que só come o filé mignon, abocanhará os 75%. Chupa aqui e despeja lá.

Inadmissível.

Riqueza do nosso solo e riqueza da nação.

Falta um Evo Morales por aqui.

A exploração tem que ser nacional - estatal, pra ser mais direto. Os dividendos do nosso ouro devem ser aplicados em nosso prol. No SUS, em escolas, na agricultura familiar, no transporte coletivo das nossas cidades, na eliminação das favelas e cortiços.

Ou é delírio?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Oscar Niemeyer 104 anos

Monumento do Museu Pelé, uma das recentes criações de Oscar Niemeyer (foto: divulgação)


De Curitiba

Oscar Niemeyer costuma dizer, para ilustrar nossa insignificância diante da imensidão deste universo, que a nossa vida, a vida de nós humanos aqui neste plano, é "um sopro".

Pois a dele é um sopro mais longo, mais forte.

Ainda bem pra gente.

Niemeyer completa nesta quinta, 15 de dezembro, 104 anos de vida.

Produzindo, criando, militando.

Apresenta, na comemoração do aniversário de 2011, seu projeto para a Universidade Federal da Integração (Unila), um dos mais emblemáticos investimentos do Governo Lula/Dilma no ensino superior - porque, mais do que um espaço acadêmico, é o rompimento, pela educação, das fronteiras entre as nações vizinhas.

Outra obra-de-arte recente do arquiteto é o monumento a ser erguido em frente ao Museu Pelé, que está sendo implantado no Valongo, em Santos.

Mais sobre o arquiteto da vida em www.niemeyer.org.br

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Esquenta para Londres

 Fernanda Venturini volta às quadras na Superliga. Faz falta na seleção (foto: CBV)
De Curitiba

Pra quem gosta de competições esportivas, a lacuna deixada pelo fim do Brasileirão começa a ser preenchida neste final de semana com o início da temporada 2011/2012 da Superliga, o mais disputado campeonato entre clubes de vôlei do planeta.

Serão 12 times no feminino e 12 times no masculino, reunindo os melhores atletas da modalidade em todo o mundo.

Não é ufanismo nem exagero não; o Brasil é o país do futebol e do vôlei também, os resultados dos últimos 20 anos mostram isso.

Além do equilíbrio - metade das equipes no masculino e pelo menos quatro no feminino são favoritas ao título -, a Superliga 2011/2012 tem outras atrações.

A mais interessante é a volta de Fernanda Venturini às quadras. Quarentona, tem tudo pra ser a maestra do time do Rio de Janeiro e, quem sabe, retornar à seleção, carente na posição.

Outra peculiaridade é a adoção do novo sistema de pontuação, utilizado na Copa do Mundo: vitória por 3 a 0 ou 3 a 1 rende três pontos; por 3 a 2, rende dois, e o time que venceu os dois sets, conquista um. É um sistema muito mais justo.

A Superliga termina em abril. É o esquenta pro grande momento do esporte, a Olimpíadas, em Londres, ano que vem.

domingo, 4 de dezembro de 2011

A partida de Sócrates

Antes de encerrar a carreira, o craque jogou no seu time de infância

De Curitiba

Sócrates partiu. Partiu um craque, partiu um pensador, partiu um idealista, partiu um lutador.

Sócrates orgulhou brasileiros, apreciadores ou não de futebol. Orgulhou os patriotas.

Sócrates orgulhou os santistas, ao vestir e honrar a camisa do Peixe, seu time de infância, pouco antes de encerrar a carreira.
 
(Jogou no Santos entre 1988 e 1989. Um pouco dessa história, alguns dos gols você pode conferir aqui: http://verd.in/x8yd e aqui: http://verd.in/i5tb)
 
Sócrates filósofo Brasileiro, craque de bola, doutor em batalhas.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Os muros e as grades

 Estados Unidos tem livre acesso no México, mas ergue muro diante do vizinho (foto: BBC)

De Curitiba

Estarrecedora esta notícia da BBC de Londres: muro dos Estados Unidos na fronteira com o México avançará mar adentro (http://verd.in/t2na).

Já são 1 mil quilômetros de barreira, por terra.

Ué, não é o império que defende a globalização? Ou só vale o livre trânsito de mercadorias - e desde que seja numa mão só de direção, de lá pra cá, claro?

Cadê aquela gente que via o horror do Muro de Berlim? Por que o Muro dos Estados Unidos não está nas manchetes, no brado dos combatentes articulistas, na análise dos isentos analistas? Muro no mundo capitalista pode?