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terça-feira, 30 de outubro de 2012

O dia em que Maradona desfilou no pré-carnaval de Santos

De Curitiba

Diego Armando Maradona, que completa 52 anos nesta terça-feira, 30 de outubro, esteve perto de vestir a camisa 10 do Peixe, em 1995.

Se não chegou a desfilar nos gramados de Vila Belmiro, Maradona pelo menos percorreu, três depois, as ruas da Ponta da Praia em cima do trio elétrico da Banda do Barril 2000, bloco pré-carnavalesco do bar que pertencia a Serginho Chulapa, e ficava ali em frente ao Aquário.

Isso mesmo, pra quem não sabe ou não se lembra, Maradona desfilou em fevereiro de 1998 no pré-carnaval de Santos. Esta matéria da Agência Jornal do Brasil, publicada pelo Uol, foi o único registro que encontrei na internet, numa pesquisada no Google.

Não achei fotos, mas tenho na memória a imagem da legião de santistas que foram atrás da "Banda do Barril" para ver Dieguito. Se o Novo Milênio e A Tribuna tiverem o registro em seu acervo, por favor, disponham-no em meio virtual para esse inusitado episódio ficar ao alcance do mundo.

Bom, quem quiser conhecer um pouco da história de um Maradona muito diferente daquele perfil que costuma ser mostrado por nossa mídia, sugiro assistir ao documentário "Maradona por Kusturica", do cineasta iugoslavo Emir Kusturica.

Neste link um trecho em que Manu Chao canta para o craque argentino. E, aqui, a íntegra do filme, no youtube.

domingo, 28 de outubro de 2012

Alguns pitacos pós-apuração

 De Curitiba

Considerações macuquenses sobre as eleições deste ano recém-encerradas:

  • Como antecipara a revista Carta Capital ao final do primeiro turno, Eduardo Campos com o seu PSB foi o grande vencedor - em expansão do partido, em ganho de peso político do atual governador; 
  • Mas como liderança que entende do jogo e tem sensibilidade para captar os desejos do eleitorado, Lula, sem dúvida, se consolida como o hors concours;
  • Preocupante as vitórias de ACM Neto, em Salvador, e de Arthur Virgílio, em Manaus;
  • Decepcionante o posicionamento do Psol que abandonou seu candidato em Belém, Edmílson Rodrigues (por este ter aceito o apoio de Lula e de Dilma), e ajudou a abrir caminho para a vitória do oponente tucano;
  • Por outro lado, parabéns ao partido pela eleição de Clécio Vieira em Macapá, e toda a sorte à frente da prefeitura. Será bom para a esquerda o êxito do Psol no Executivo;
  • Em Curitiba, não se iludam: a cidade não se movimentou para a esquerda. A vitória de Gustavo Fruet se deve mais à resistência das zonas centrais a Ratinho Júnior do que propriamente à aliança entre o neopedista e o PT. Boa parte dos que votaram em Fruet deve continuar votando no tucano Beto Richa;
  • Voltando a São Paulo, vale destacar: em Guarulhos segunda maior cidade do Estado - em eleitorado e em geração de riquezas -, também deu PT, com a reeleição de Sebastião Almeida;
  • Só em Santos mesmo que o PSDB venceu com tudo, direto no primeiro turno. A revoada de tucanos Serra do Mar abaixo será intensa nos próximos meses;
  • Daqui pra frente, prepare-se para o esforço de setores da mídia comercial em colocar Eduardo Campos em embate com Dilma, Lula, PT... O governador pernambucano deverá ser o queridinho dessa mídia, numa tentativa de seduzi-lo, de levá-lo para esse caminho da discórdia. Não tende a se deixar levar - mas, canto da sereia, sabe como é, né? Enfim, a ver como o PSB e suas lideranças se comportarão.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um ataque aos direitos trabalhistas

Projeto é do filho de Kátia Abreu (foto: Agência Câmara)

De Curitiba

Esta figura acima é tido como ficha limpa, como cara nova no Congresso Nacional, mas é autor de uma das propostas mais antiquadas e indecentes em tramitação na Câmara dos Deputados.

O parlamentar Irajá Abreu, do PSD, de Tocantins, quer, em seu projeto de lei (4193/2012), que as convenções e os acordos trabalhistas prevaleçam sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

É, na prática, o fim da CLT de Getúlio Vargas, a flexibilização das leis trabalhistas, um retrocesso em conquistas de décadas.

Neste momento de crise internacional, em que os trabalhadores se veem mais fragilizados, com diminuído poder de negociação diante dos patrões, é evidente que o afrouxamento da legislação trabalhista vai beneficiar quem manda, quem pode mais.

O "ficha limpa cara nova" é produtor rural, filho da Kátia Abreu, senadora também do PSD, igualmente por Tocantins. Kátia Abreu, sabemos, é a godiva do latifúndio, líder na defesa pelo abrandamento do Código Florestal.

Dá pra reconhecer, pois, os interesses de quem mãe e filho defendem.

Numa enquete no portal da Câmara dos Deputados, 60% dos internautas rejeitam a aberração. Mas é bom ficar de olho porque, nessas horas, nem os legisladores tampouco os pretensos formadores de opinião estão preocupados com a opinião pública. Estão é cuidando, mesmo, de garantir – e ampliar – seus privilégios.

Portanto, desde já, se não puder ir a Brasília ou ao escritório do seu parlamentar na sua região, vá ao portal da Câmara, registre sua posição, entre em contato com os deputados: www.camara.gov.br
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os 15 anos do mensalão da Vale do Rio Doce

Serra bate o martelo no leilão de "venda" de um dos nossos maiores patrimônios
De Curitiba

A Companhia Vale do Rio Doce completa 70 anos de fundação em 2012.

Em 2012 faz também - fez, em maio - 15 anos que a desde-sempre superavitária estatal, estratégica, foi privatizada pelo governo neoliberal do PSDB-DEM (então PFL) - do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro do Planejamento José Serra.

Aquele episódio sim, um dos maiores escândalos da vida brasileira.

A Vale do Rio Doce foi "vendida" por FHC, Serra e companhia (quadrilha?) ilimitada por R$ 3,3 bilhões, em valores da época. Também em valores da época, a Vale valia, no mínimo, 30 vezes mais: R$ 100 bilhões, pelo menos.

Isso mesmo, vendida a preço de banana. Pelo menos noventa e tantos bilhões de reais foram subtraídos do meu, do seu, do nosso patrimônio.

Onde foi parar essa grana?

Os movimentos sociais, os partidos de esquerda, os trabalhistas e progressistas denunciaram esse absurdo na ocasião. Como, todavia, não havia twitter, facebook e blog, a resistência pouco encontrou eco na isenta, plural e democrática mídia tradicional.

Ações na Justiça tentaram impedir o roubo, depois tentaram anular o negócio; num plebiscito popular, extra-oficial, realizado em 2007 - quando se completaram dez anos da privatização da companhia - a re-estatização da Vale do Rio Doce, e o rechaço à vergonhosa "venda", foram aprovados.

Não consta que o Ministério Público, os articulistas da grande imprensa e os supremos do judiciário tenham, passado estes 15 anos da dilapidação desse nosso patrimônio, agido com tanta velocidade e sede de Justiça como fazem agora, sob fogos de artifício e estouros de champagne, no chamado caso "mensalão".

Tiraram o "Rio Doce" e a companhia hojé é denominada só como Vale. Vale espantosamente mais que os R$ 100 bilhões que valia 15 anos atrás. Só o lucro anual da empresa beira os R$ 40 bilhões.

(Presta atenção: apenas o lucro anual é mais de dez vezes maior que o valor pelo qual a Vale do Rio Doce foi vendida!)

Dinheiro que poderia estar financiando a habitação popular, a implantação de saneamento básico, a expansão de redes de metrô nas cidades, a instalação de banda larga nas escolas públicas, a construção de bibliotecas, o investimento em pesquisa e tecnologia.

Está, no entanto, a encher o bolso de meia-dúzia de magnatas.

sábado, 20 de outubro de 2012

Adianta o teu aí que adianto o meu aqui

Rio Paraná, altura de Rosana (SP). Novembro de 2006 (foto: WAA)

 De Curitiba

Noto que a cada ano se exarceba mais a relação de amor e ódio que os brasileiros têm para com o horário de verão.

Você já deve saber mas, por via das dúvidas, reitero: sou fã do adiantar do relógio.

O horário de verão prolonga o melhor momento de uma jornada, o final de tarde.

Tudo bem, este começo, principalmente pra quem acorda cedo, é sacrificante.

Todavia alguns dias e o relógio biológico se adapta.

E a luz do sol avançando horas da noite adentro compensa esse desconforto inicial.

Aproveita, pois, na medida do possível, da melhor maneira possível, e sempre é possível, teu final de tarde.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mergulho em Claraboia


De Curitiba

Fazia tempo que não mergulhava num livro de José Saramago. Ocorre que me faltam poucos para serem lidos e, depois que eu ler todos, como será a vida sem descobrir novos textos de Saramago?

Bom, entre os que ainda não havia degustado está Claraboia, o que fiz semana destas.

Informa-se que foi o segundo romance de Saramago, produzido nos anos 50, mas só publicado ano passado, já depois da morte (em 2010) do autor. Quando escreveu a obra, entregou-a a uma editora que, pelo visto, não deu muita trela pro jovem romancista. Ao que parece, isso chateou Saramago, que em vida não se interessou mais por publicar a história - quando morresse, que fizessem o que quisessem com o manuscrito.

Inda bem que ela saiu das gavetas e foi para as prateleiras e estantes de livrarias e bibliotecas.

Porque é outra obra-prima de Saramago.

A gente até estranha um pouco a escrita, bem diferente daquela que ficou marcada como estilo José Saramago.

Mas a forma como apresenta e desenrola os acontecimentos, como expõe as relações entre as pessoas, como desvenda as ações e reações psíquicas destes seres que somos nós, já é o jeitão Saramago de prosear.

Pra quem não se dá bem com o estilo de escrita recorrente em Saramago, ou para quem não conhece o legado do Nobel de Literatura, Claraboia é um bom caminho para estrear.

Depois, é só se deixar levar.

Aqui a sinopse do romance.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Um orgulho que nem todos podem ter

A constelação alvinegra brilhou em terras portuguesas, 50 anos atrás
De Curitiba

Anos 60 e Santos era uma cidade revolucionária: na política, no sindicalismo, na cultura... Defendia as reformas do trabalhismo de Jango, lutava pela distribuição da riqueza do porto entre os trabalhadores, revelava talentos nas artes.

Passou a ser também de vanguarda no futebol, lançando seus artistas da cancha.

Seu clube, da pacata (até hoje) Vila Belmiro, conquistava o planeta.

Hoje, 11 de outubro de 2012, completaram-se 50 anos da conquista do primeiro título mundial do Peixe.

Com uma goleada de 5 a 2 sobre o Benfica - time bicampeão europeu que, contava, entre outros, com o craque Eusébio - o Santos, desde Lisboa, encantava a Europa, mandava alegria ao Brasil. Com Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe, envolvia a Terra. Embalava a bola - o globo.

Mais dessa história aqui.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

No balanço de perdas e danos

Chávez no Balcon del Pueblo: 54% dos votos e respaldo popular

De Curitiba

Ainda bem que Chávez ganhou e bem na Venezuela porque, com uma e outra exceção, em regra o final de semana eleitoral não foi de resultados muito animadores para este blogueiro. Vejamos o que tivemos e o que teremos:

  • Em Santos, minha terra, o tucano herdeiro do prefeito biônico ganhou de lavada, já no primeiro turno. Pior: para a Câmara de Vereadores, 17 dos 21 eleitos estão do centro para a direita. E os outros quatro estão mais para mesa de centro que de canto. Pelo levantamento que o perfil no twitter @Politica_Santos publicou, será a bancada mais conservadora e elitista dos últimos 35 anos. Isso mesmo, desde 1976 não se via uma Câmara Municipal santista tão reaça, desideologizada.   
  • Em Curitiba, minha casa, a renovação do Legislativo parece ter ficado no seis por meia-dúzia. Ao menos o candidato tucano filiado no PSB ficou de fora e o segundo turno promete ser disputado voto a voto.  
  • Aracaju, capital do Sergipe de minha família, conseguiu ser pior que Santos em sua escolha: João Alves, do Dem(o), será o "novo" prefeito, sem precisar de segundo turno.
  • No Rio prevaleceu o pragmatismo. Teria sido melhor um segundo turno com Freixo. De bom, o fiasco do filho do César Maia aliado à filha do Garotinho.
  • Uma pena Patrus Ananias não ter conseguido levar a disputa para mais um turno. Se a candidatura tivesse sido lançada antes, quem sabe a situação teria sido diferente. 
  • Lamentei também a ausência de segundo turno em Porto Alegre, pela Manuela D'Ávila. Mas o pedetista Fortunati demonstra ser merecedor da releição.
  • Fiquei negativamente surpreso com a situação em Florianópolis. Angela Albino parecia caminhar para a vitória. 
  • Creio que em São Paulo e Belém teremos o segundo turno mais renhido destas eleições. Na capital paulista, com Serra no páreo, pode-se se esperar os maiores absurdos. Na capital paraense, o embate do PSDB é com o Psol do Edmílson Rodrigues, que já foi prefeito por dois mandatos, quando no PT. Acompanhei um trecho do debate da TV Record, e o psolista e o tucano são bons de embate. Com a exitosa experiência de Edmílson na prefeitura, se vencer de novo dará ao Psol uma incrível oportunidade de mostrar ao Brasil como o partido se comporta no Executivo, como administra uma cidade grande. Para o bem da esquerda, tomara faça valer essa chance.
  • Agora, exemplo mesmo veio da Venezuela. Lá o voto não é obrigatório, mas o comparecimento foi de 80%. Nas eleições brasileiras, entre abstenções e votos nulos e brancos, isto é, a soma dos desinteressados em votar beirou em muitos casos os 25%. Sobressaiu-se a apatia, a falta de identificação com candidatos e propostas, o ir às urnas por obrigação, para escolher o menos pior. Não lhes pareceu isso?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Na torcida pela Venezuela

Mar de apoio a Chávez

De Curitiba
Domingo tem eleição.

Aqui, de prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras, e na Venezuela, para presidente.

A torcida, para o bem de nuestra América, é pela vitória de Hugo Chávez.

As razões, em síntese, já as assinei embaixo, estão aqui.
Na www.telesurtv.net, a cobertura do pleito.

E vote bem você também!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Às vésperas da eleição, a cantinela do VLT

O trem intrametropolitano de Santos desativado pelo governo do PSDB em 1999

 
Pessoal, a imprensa paulista, em especial a santista, noticiou hoje com todo alarde: a peça orçamentária para 2013 enviada pelo governador Geraldo Alckmin à Assembleia Legislativa prevê, finalmente, recursos para as obras de implantação do sistema de veículos leves sobre trilhos (VLT) em Santos e região.

É bom lembrar: o VLT é prometido pelos tucanos desde os tempos do Mário Covas, quando a Fepasa foi privatizada e o trem intrametropolitano da Baixada Santista, desativado pela gestão do PSDB. São mais de 15 anos de promessas e anúncios, os quais coincidentemente ocorrem em vésperas de eleição.

Desta vez, o fato é transmitido num tom de “agora o projeto sai do papel”.

Ora, não é preciso ser sábio em administração pública para entender que simplesmente por estar prevista no orçamento uma determinada obra não necessariamente vai acontecer. A sua inclusão na perspectiva de gastos e investimentos cumpre tão somente mera formalidade.

Claro, em tese sinaliza uma vontade político-administrativa do governante mas, por todo histórico de ações e medidas anunciadas pelos tucanos com ares de “agora vai”, mais uma vez é para se duvidar.

Só na agência de notícias oficial, são dezenas de matérias em que Covas, Alckmin, Serra, depois Alckmin de novo se pronunciaram enumerando providências a serem tomadas, comunicando novos prazos para a implantação de um sistema de transporte de massa na região metropolitana da Baixada Santista.

Em 30 de maio último, por exemplo, Alckmin afirmara que “em setembro” as “obras físicas” se iniciariam. Setembro chegou, passou, estamos e em outubro e... nem o capim do trajeto foi carpido.

Domingo tem eleição para prefeito e o PSDB paulista corre o risco de ficar de fora do segundo turno na capital; encontra em Santos a maior (e inédita) chance de vitória de um candidato tucano.

Com o reaquecimento do polo industrial de Cubatão, com a expansão do porto e com o pré-sal, a prefeitura santista é estratégica para o partido. A decisão por incluir o VLT no orçamento, e divulgar o feito com toda a pompa, a dias do pleito, é mero acaso, evidentemente.

Acompanhe o histórico de cantinelas do governo estadual em torno do VLT da Baixada Santista. Repare como em cada ocasião é anunciada uma data diferente para o início das operações: