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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sexta com "Jogos de Guerra" e "Cenas de Um Mundo Em Fim"

Material de divulgação do curta metragem
De Curitiba

Navegante deste blog, se você estiver por Curitiba ou cercanias nesta sexta, dia 30, é convidado/a a participar da sessão de lançamento do curta metragem "Jogos de Guerra", evento que começa às 19 horas, com a exposição fotográfica "Cenas de Um Mundo Em Fim".

Tanto o filme como as fotografias da mostra são de autoria dos alunos deste blogueiro no curso de Técnico em Produção de Áudio e Vídeo, no Colégio Estadual do Paraná.

A exposição de fotografias é da turma que está no primeiro período do curso. A proposta foi a seguinte: que cada um registrasse, em foto, uma imagem que pudesse ilustrar este suposto iminente findar de mundo.

O material impressiona pela criatividade, pela variedade de pontos de vista, pela qualidade das fotografias.

Já o curta metragem é o trabalho de conclusão do curso da turma que está no segundo período e, portanto, formando-se.

Como diz a sinopse, o filme mostra os embates que um solitário soldado precisa enfrentar diante de adversários remanescentes de uma guerra. É justamente na última tentativa de o soldado escapar com vida que os reais (e surpreendentes) motivos da peleja vêm à tona.

Reiterando o convite: é hoje, sexta, 30 de novembro, a partir das 19h, no auditório do Colégio Estadual do Paraná.

Hasta!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Os 30 anos da fraude do plim-plim contra Brizola

A Globo teve que aceitar a vitória de Brizola (foto; Jornal do Brasil)

Um dos maiores atentados à vontade popular da história deste País completa 30 anos neste mês.

Foi o esquema sustentado pelas Organizações Globo (televisão, rádio e jornal), de fraude na apuração dos votos da eleição para governador do Rio de Janeiro em 1982. O Caso Proconsult, como ficou conhecido.

O objetivo era impedir a vitória de Leonel Brizola, principal adversário das elites dominantes.

O Jornal do Brasil e o partido de Brizola, o PDT, identificaram e denunciaram o esquema. Nesta matéria veiculada hoje, o JB relembra o caso, com fotos e reprodução de páginas do jornal da época.

(O livro-reportagem "Plim-plim: a peleja de vitória contra a fraude eleitoral", de Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos, também conta detalhes)

Brizola foi eleito pelo voto do povo fluminense. Governou para o povo fluminense, sofrendo posição ferrenha dos veículos de Roberto Marinho.

Por pouco não foi para o segundo turno contra Fernando Collor em 1989. A elite impediu porque preferia o embate entre Collor e Lula. Sabia que se fosse com Brizola, Brizola ganharia.

Brizola foi eleito governador do Rio novamente em 1990. A oposição global foi mais implacável ainda. A violência pública, que crescia em todo país, era transmitida pelos jornais e novelas da Globo como se fosse exclusividade do Rio de Janeiro. Qualquer batida de carteira virava manchete.

A Globo não evitou a vitória de Brizola em 82 nem em 90. Conseguiu, infelizmente, desgastar a imagem do líder nacionalista entre aqueles menos informados.

Hoje, a Globo tenta o mesmo com Lula. Não conseguiu impedir a ascensão do metalúrgico em 2002, tampouco a releição em 2006, nem que fizesse Dilma sucessora.

Mas, agora, trabalha diuturnamente para destruir a imagem do ex-presidente.

Estamos de olho.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A setentona de 2012

"O adeus a Clara Nunes", na Manchete
De Curitiba

Clara Nunes foi-se cedo: há quase 30 anos, antes de alcançar os 41 de vida.

Se estivesse por aqui, teria completado 70 anos em agosto último.

Se juntaria ao time dos "setentões de 2012", como lembramos noutro post.

A partir do próximo sábado, dia 1º, o Canal Brasil inicia a exibição, em séries, do documentário "Clara", do xará Vagner Fernandes.

A informação é do site Papo de Samba - do qual, diga-se de passagem e de "merchand", este blogueiro é colaborador na cobertura dos desfiles das escolas de samba de Santos.

Segue a notícia:

"A atração é inspirada no livro Clara Nunes, Guerreira da Utopia, do jornalista e escritor Vagner Fernandes. A cantora, que no dia 12 de agosto de 2012 teria completado 70 anos, tem sua obra resgatada na série dirigida por Darcy Burguer.

O programa tem como objetivo criar uma biografia por meio de textos, fotografias, entrevistas e vídeos.

O projeto aborda todo o caminho da artista, retratando sua infância e adolescência na pequena cidade de Cedro (MG); as primeiras apresentações; o sucesso nas rádios de todo o país; e a morte precoce, aos 40 anos de idade.

Clara ficou consagrada ao abraçar o samba como o gênero musical. O registro reconhece a necessidade de documentar a trajetória dessa emblemática intérprete, afinal a ausência de material sobre ela é um dos aspectos mais criticados por seus fãs.

O trabalho exibe 48 entrevistas inéditas de amigos e familiares da homenageada. Dentre os depoentes, estão nomes como Chico Buarque, Maria Bethânia, João Bosco, Djavan, Paulinho da Viola, Miúcha, Edu Lobo, Milton Nascimento, Bibi Ferreira, Agnaldo Rayol, Erasmo Carlos, Monarco, Dona Ivone Lara, Paulo César Pinheiro, Marisa Monte, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Leci Brandão, Beth Carvalho, Alcione, Nana Caymmi e suas irmãs Maria Gonçalves e Ana Filomena, dentre outros.

Órfã de pai e mãe, Clara sempre sonhou em construir uma carreira. Aos 16 anos, foi morar em Belo Horizonte, onde venceu o concurso A Voz de Ouro do ABC. Já em 1966, gravou seu primeiro vinil: A Adorável Voz de Clara Nunes. A aproximação com o samba a fez alcançar o tão almejado sucesso, além de repercussão internacional.

Clara Nunes revolucionou a indústria fonográfica, tornando-se a primeira mulher a romper as barreiras impostas pelas gravadoras e uma das maiores vendedoras de discos de todos os tempos."


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Mensalão ou mensalaço?

Como o Governo FHC conseguiu apoio para remendar a Constituição?

De Curitiba

As investidas contra o chamado “mensalão do PSDB” - que a grande mídia ameniza, denominando-o “mensalão mineiro” - não podem se restringir aos esquemas montados para garantir a eleição, em 1998, do tucano Eduardo Azeredo para o governo de Minas Gerais.

Se é pra fazer justiça de verdade, com a mesma sanha que a opinião publicada mostrou ante ao dito “mensalão do PT”, é preciso voltar mais na história. Trazer de volta à tona graves denúncias arquivadas no passado, nem tão distante assim.

O PSDB assumiu a presidência da República, tendo o PFL (hoje DEM) como principal aliado, em janeiro de 1995, com a posse de Fernando Henrique Cardoso e seu vice, Marco Maciel.

No primeiro mandato (até dezembro de 1998), conseguiu aprovar 16 emendas constitucionais que destroçaram a Constituição Cidadã de 1988.

É no mínimo a partir de 1995, portanto, que estão evidências de aquisições de apoio parlamentar.

Afinal, essas 16 emendas do Governo FHC (PSDB-DEM) tratam de propostas absolutamente impopulares, que entregaram o patrimônio nacional a estrangeiros, desprotegeram a indústria brasileira, sufocaram a agricultura familiar, retiraram direitos de aposentados e pensionistas, sucatearam o serviço público, provocaram arrocho, estagnação econômica – o retrocesso de “80 anos em 8”, como bem define o jornalista Hélio Fernandes.

Nenhuma dessas emendas passou por plebiscito, referendo. Tudo foi votado sobre os carpetes do Congresso Nacional, sem a consulta popular que a amplitude das medidas exigia.

Inclusive, e principalmente, a emenda que deu direito a FHC se reeleger. Isso mesmo, talvez os mais novos não saibam ou não se lembram, mas a possibilidade de reeleição foi votada a toque de caixa – gordo caixa? – e a regra do jogo foi mudada com o jogo em andamento.

A troco de quê parlamentares se desgastariam com suas bases, apoiando aquelas propostas indigestas, a não ser tendo garantidas seguras recompensas?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cerveja nas mãos de poucas cervejeiras

Quase 70% do mercado brasileiro é da belga InBev (foto: Mariana Gotardo)
 De Curitiba 

É uma das paixões nacionais, diz o clichê sobre a relação entre brasileiros e a cerveja.

Pois está nesse mercado, o de consumo de cervejas, um dos mais evidentes casos do processo de desnacionalização da nossa economia – que não é novo, vem de 20 anos para cá, mas que desde 2008, com a eclosão da crise mundial, deu uma reacelerada.

(Além do processo de desnacionalização, assistimos à concentração de atividades nas mãos de poucos e grandes conglomerados)

Praticamente 90% do mercado é abastecido pelas garrafas de cervejarias controladas por grupos estrangeiros: só a belga InBev (Skol, Brahma, Antarctica, Original, Boemia e suas derivadas) fica com 70%; outros 10% com a japonesa Kirin (Devassa, Nova Schin, Cintra, Primus) e 7%, com a holandesa Heineken (Heineken, Kaiser). Isso sem contar a fatia ocupada pelas importadas.

A única cervejaria controlada por capital nacional e com participação representativa no mercado é a Petrópolis (Itaipava, Crystal), com 10%.

(Os dados foram divulgados por diversos veículos de imprensa no primeiro trimestre deste ano)

Com o desemprego e o arrocho no Hemisfério Norte desenvolvido – e a consequente recessão econômica – os grandes conglomerados encontram o escape nos países emergentes. Estes, cultural e historicamente submissos às antigas metrópoles, têm uma elite dominante  receosa de estabelecer medidas protecionistas.

Os que fazem – a Argentina, por exemplo – levam pau da opinião publicada.

Em recente entrevista que fiz, também sobre esse assunto, com o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário de Assuntos Estratégicos do Governo Lula e ex-Alto Representante do Mercosul, o diplomata, mestre em Economia, defende que, no mínimo, o Estado imponha condições às multinacionais que aqui desejem adquirir negócios, seja qual for o ramo. Do contrário não vale a pena, avalia:

- Com o mercado brasileiro em crescimento e a crise internacional, as empresas veem o Brasil como uma grande oportunidade, com a possibilidade de lucros extraordinários. Então, para as empresas que querem vir para cá, é o momento de impor condições, entre elas a necessidade de desenvolver tecnologia aqui. Que assumam compromissos. Porque se não for assim não há nenhuma vantagem, para nós, só para elas.

Está ou não está certo ele?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O timoneiro do samba

Dos 70 anos de vida, quase 50 de carreira (foto: EBC)
De Curitiba

Tem muita gente, mas muita gente na música brasileira que idolatro.

Entre eles, mas num cantinho especial, está Paulinho da Viola.

Se você está alegre, se está triste; eufórico ou apreensivo; apático ou ansioso; esteja como estiver, seja o que for, certamente haverá uma música de Paulinho da Viola a calhar com o momento, a dizer o que precisa ser falado, a revelar o que precisa ser descoberto, a explicar o que precisa ser entendido, a encontrar o que estava perdido, a homenagear o que precisa ser festejado.

Neste material do Portal EBC, um pouquinho sobre os 70 anos deste mestre do samba.


domingo, 4 de novembro de 2012

Prefeito eleito, libere os fretados

Foto do Blog do Favre traz recado que mostra retrocesso da proibição
De Santos

Na Avenida dos Bandeirantes, no caminho entre o Aeroporto de Congonhas e a Rodovia dos Imigrantes, rumo a Santos, as placas de sinalização das zonas de restrição aos ônibus fretados fizeram lembrar que é o momento de aproveitar este período de transição na administração municipal de São Paulo para fazer um apelo ao prefeito eleito, Fernando Haddad: ponha fim nessa sandice.

Com a restrição aos fretados, imposta em 2009 pela gestão Kassab-Serra, 70 mil dos 370 mil passageiros do litoral e do interior que se utilizavam desse meio de transporte para ir e voltar da capital, todos os dias, para trabalho ou estudo, migraram para o transporte individual. Ou seja, com aquela medida elitista, o trânsito paulistano deve ter ganho no mínimo uns 50 mil automóveis circulando diariamente.

Os dados são da federação que reúne as empresas de transporte por fretamento e foram divulgados mês passado nesta matéria do Portal Via Trólebus. Já esta do saudoso Jornal da Tarde traz depoimentos de quem se viu obrigado a utilizar o carro particular por conta da proibição.

A restrição é evidentemente elitista por duas razões.

Primeiro, porque as proibições aos fretados, operados geralmente por viações menores, locais, atendiam - e atendem - aos interesses das grandes empresas concessionárias das linhas regulares (Cometa, Grupo Áurea, Grupo Ruas...), pavorosas de concorrência.

Segundo, porque a medida objetivou tirar de vias nobres aqueles veículos de gente pobre. Onde já se viu os empresários e executivos da Paulista, Berrini, Faria Lima, com seus possantes, dividirem seu precioso espaço com coletivos abarrotados por essa massa vinda de fora?

A restrição, conforme os números demonstram, incentiva o uso do veículo particular, em detrimento do transporte público - medida que vai, portanto, na contramão do que é básico para melhorar o trânsito nas cidades. 

E sacrifica a vida daqueles que não têm outra alternativa, os quais desde então gastam mais tempo e dinheiro com deslocamento, passam menos tempo em casa, com a família. 

Logo, prefeito Haddad, haja logo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Prefeito eleito, Curitiba também tem carnaval

Equilíbrio na disputa para escolha do samba 2013 da Acadêmicos da Realeza
 De Curitiba

A alegria dos amigos autores do samba-enredo que venceu o concurso para o hino da Acadêmicos da Realeza em 2013 e todo o envolvimento da comunidade da escola na festa para escolha da música fazem a gente aproveitar este momento de troca de comando na Prefeitura de Curitiba para pedir mais atenção, do poder público municipal, ao carnaval curitibano.

Se a “mudança segura” é pra valer, e se o compromisso de investir em cultura popular é pra ser realmente cumprido, a “Era Fruet” deve olhar com carinho para essa turma do samba curitibano. Com todas as adversidades, que vão desde a escassez de recursos financeiros até a falta de um local mais adequado para os desfiles, passando pela luta contra o estigma de que Curitiba é o túmulo do carnaval, essa galera consegue produzir uma festa de qualidade, digna das tradições da folia de momo brasileira.

Faz arte, “no peito e na raça”, num trabalho passado de pai para filho, uma dedicação que envolve todas as gerações. Faz arte nos bairros mais afastados do arco central, sem muito barulho aos ouvidos do lado de cá, mas com muito som de samba ecoando no lado de lá.

O curta documental “Caras de um carnaval” (clique aqui) conta essa faceta curitibana que Curitiba resiste em reconhecer. O recém escolhido samba-enredo da Acadêmicos da Realeza (confira aqui), sobre São Jorge, é uma mostra do que se prepara para o ano que vem.