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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mais um a ingresso salgado

Como boa parte dos shows por aqui, ingresso mais barato é caro (foto: divulgação)
De Curitiba

A boa nova - a volta do Cidade Negra, que recomeça as atividades num show marcado para o dia 27 de maio no Teatro Guaíra, na capital paranaense - vem acompanhada de uma antiga e inexplicável notícia: o preço dos ingressos dos espetáculos na cidade.

O bilhete mais barato, R$ 100.

É nessa faixa o valor médio dos shows que acontecem por aqui. Sábado, por exemplo, tem Almir Sater, a R$ 80 a entrada mais em conta.

Há exceções e, por isso, não dá para entender por que alguns são tão caros.

Maria Bethânia, por exemplo, traz o seu "Bethânia e as Palavras", a ingressos entre R$ 30 e R$ 60, no Teatro Positivo, semana que vem (3 de maio).

Em janeiro, Zeca Baleiro cantou no Teatro Guaíra a R$ 30.

Indo a Santos, terra deste blogueiro: semanas atrás o genial Paulinho da Viola esteve no Teatro do Sesc a entrada com valores entre R$ 7,50 e R$ 30.

O próprio Almir Sater, dia desses, tocou no santista Coliseu a ingressos que não passaram de R$ 80.

Por que tanta discrepância?

Geralmente, inclusive os mais caros, são shows patrocinados por empresas privadas que obtêm benefícios fiscais por meio das leis de incentivo à cultura. Ou seja, indiretamente, já são bancados por nós. Isso quando o patrocínio não é de uma estatal - Caixa, Banco do Brasil, Petrobrás...

Deveria ser condição básica para a concessão do incentivo: que o projeto contemplado tenha ingresso a preços populares, acessíveis. É o mínimo, é o óbvio, mas...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Hoje eles só têm o 19 de abril

"Curumim, chama canhatã" (foto: www.jorgebenjor.com.br)
De Curitiba

Dez mil anos atrás eles já viviam por aqui.

Mas, nos últimos 500, foram vítimas de selvagem genocídio, como se os invasores fossem eles.

De acordo com "O povo brasileiro", de Darcy Ribeiro, quando os europeus liderados por Pedro Álvares Cabral por aqui atracaram, eram em torno de 5 milhões de brasis - os nativos, que os colonizadores chamaram de índios.

Três séculos depois, em 1800, não passavam de 1 milhão.

Uma diminuição populacional de cinco vezes.

Ocasionada, expõe Darcy Ribeiro, por "guerras de extermínio, pelo desgaste do trabalho escravo [sim, os índios também foram escravizados] e pela virulência das novas enfermidades" trazidas pelos brancos, contra as quais os indígenas não tinham a mínima imunidade.

A auto-suficiência, o convívio em comunidade, o conhecimento detalhado da natureza, do chão que habitavam, da geografia que os cercavam eram características do modo de vida daquela gente que os europeus encontraram.

Todo dia, como diz a canção de Jorge Ben Jor, era dia de índio.

Hoje, eles só têm o 19 de abril.

A música de Jorge Ben Jor é bem lúdica no resgate da nossa história. Confira aqui: http://migre.me/4hxXD

E um trecho do documentário "O povo brasileiro", homônimo do livro de Darcy Ribeiro, também conta com didatismo esse aspecto de nossas raízes. O Tijolaço publicou o vídeo: http://migre.me/4hxVW

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Festa de Pagu

São mais de 50 atividades, em 20 diferentes pontos
De Curitiba

Tem início nesta sexta, e segue até o Sábado de Aleluia, a 53ª edição do mais antigo festival de teatro em atividade no Brasil, o Festa (Festival Santista de Teatro).

Criado em 1958 pela genial Patrícia Galvão, a Pagu, como festival de teatro amador (daí o "a" da sigla "Festa"), desde 2009 o evento passou a aceitar também produções profissionais.

Na edição deste ano, são mais de 50 atividades, entre espetáculos, oficinas e debates, em pelo menos 20 pontos diferentes de Santos e região.

O encerramento, no sábado, 23, às 23 horas, será marcado por uma apresentação da bateria da X-9, a escola campeã dos desfiles 2011 do carnaval santista.

A abertura oficial será nesta sexta, 15, às 20 horas, no Teatro Coliseu; em seguida, o público será convidado a seguir em cortejo até o Quintal Pagu, em frente à Cadeia Velha e ao Teatro Guarany, na Praça dos Andradas.

Olha, quem estiver pela cidade, ou quem estiver pelo ABC, Grande São Paulo, vale dar uma conferida na programação e aproveitar para curtir um pouco dessa efervescência.

Acessa lá: www.festivalsantista.com.br. No twitter: @Festa53.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Documentários da nossa gente

Na TV Senado, série mostra a latinidade das Américas (foto: divulgação)
De Curitiba

A TV Senado e a TV Câmara costumam produzir e exibir excelentes documentários sobre a gente e a história brasileira e latino-americana.

O melhor é que esses filmes ficam à disposição na internet, inclusive para serem livremente baixados e distribuídos.

A temática é diversificada, não se atém a assuntos e personalidades da política.

Há, claro, documentários sobre figuras como Joaquim Nabuco, Tancredo Neves, Mário Covas, ou fatos como os 20 anos da Constituição de 1988 e o cinqüentenário de Brasília.

Mas estão lá também produções sobre José Saramago, Oscar Niemeyer, Rachel de Queiróz, Machado de Assis, Érico Veríssimo...

Uma série da TV Senado trata exclusivamente dos povos da América Latina. Já foram divulgados filmes sobre os equatorianos, colombianos, uruguaios...

Fica a dica.

Quando tiver sem ter o que fazer, ver e ler, confere lá: www.senado.gov.br e www.camara.gov.br

Para quem é professor, ótima fonte de material para passar em sala de aula.

Por essas e outras é imprescindível um sistema público de comunicação social, avançado e abrangente.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Pautas para Protógenes

O delegado poderá se candidatar a prefeito de Santos (foto: divulgação)
De Curitiba

Da mais recente passagem por Santos, veio na bagagem uma ótima notícia dada, ao que parece com exclusividade, pela coluna do jornalista Jairo Sérgio de Abreu, do jornal Boqueirão.

A boa nova é que o deputado federal Protógenes Queiroz, o delegado da Polícia Federal que, entre outras operações, encabeçou aquela que pegou o banqueiro Daniel Dantas, poderá se candidatar a prefeito de Santos.

De acordo com o colunista, dia desses Protógenes esteve com a direção santista de seu partido, o PC do B, e se colocou "à disposição da legenda" para se lançar candidato ao Palácio José Bonifácio.

Seria ótimo.

Primeiro, porque no mínimo enriqueceria ideologicamente o debate no processo eleitoral.

Segundo, porque estaria no páreo um nome forte para enfrentar as candidaturas que deverão representar o grupo político que há 15 anos comanda a administração municipal.

Protógenes poderá fincar questionamentos sobre os contratos que a prefeitura, sob a gestão desse grupo político, tem com o Constantino, a Terracom, a Termaq, as locadoras de veículos, empresas de informática...

Quanto custam esses contratos? Qual o lucro dessas empresas, privadas, com a prestação de serviços públicos? 

O delegado poderá jogar na mesa também os males da privataria disfarçada que é a terceirização da saúde, educação, assistência social às quase sempre famigeradas Organizações da Sociedade Civil de "Interesse Público" (Oscips).

E, por que não?, propor rever a privatização feita 15 anos atrás, pelo então prefeito Beto Mansur (que já declarou vontade de se candidatar em 2012), da CSTC, da Prodesan.

Poderá encampar o projeto do metrô leve, dispensando a parceria público-privada (PPP, na qual geralmente o público entra pela privada), defendida com obsessão pelo Governo do Estado, que desde os tempos do saudoso Mário Covas promete implantar o sistema.

Candidaturas, de quem quer que seja, só são bem-vindas se for para colocar temas assim em pauta. E parecem em falta.

(A página do Boqueirão: www.boqnews.com. O blog do Protógenes: http://blogdoprotogenes.com.br)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

As estrelas estão aqui

Superliga brasileira:  maior torneio de clubes do mundo (foto: CBV)

De Curitiba

De uns dias para cá foi possível acompanhar os jogos da reta final da  temporada 2010/2011 da Superliga de Vôlei, o campeonato brasileiro da modalidade, no masculino e no feminino.

Impressionante o nível técnico do torneio.

Não é de agora, todo mundo sabe, que o vôlei brasileiro é o melhor do planeta.

Mas, apesar de uma bem organizada e competitiva liga nacional existente há mais de 20 anos, o vôlei encarava o mesmo problema do futebol: o êxodo dos principais atletas e das revelações para os times da Europa, principalmente os da Itália.

Nesta temporada,  a crise econômica mundial - que fez os clubes europeus cortarem gastos - e o câmbio desvalorizado favoreceram os patrocinadores brasileiros.

Estrelas da seleção masculina e feminina foram repatriadas. Jogadores e jogadoras estrangeiros - sobretudo cubanos e norte-americanos - foram contratados. Das categorias de base, ascenderam talentosos e talentosas atletas. Os ginásios, sempre lotados de torcedores.

Resultado: na Superliga masculina, das oito equipes que fizeram as quartas-de-final, difícil estabelecer favoritas. As semifinais, que já começaram, reúnem Sesi/SP x Minas e Vôlei Futuro x Cruzeiro. O Minas venceu a primeira do Sesi e, nesta sexta, tem o duelo inicial entre o time de Araçatuba e Cruzeiro.

Na Superliga feminina, Osasco e Vôlei Futuro fazem uma semifinal e o Rio de Janeiro espera seu adversário do equilibrado confronto das quartas, entre Minas x Pinheiros. Qualquer um desses cinco times tem competência técnica, coletiva e as individuais, de faturar o título.

A Globo sacou (ops, pelo trocadilho) que a qualidade das partidas pode ser atração em sua programação e já reservou para os próximos sábados horário para a transmissão dos jogos decisivos.

A Superliga se firma como o melhor campeonato de clubes do planeta. Como diz o slogan da competição, "As estrelas do vôlei mundial estão aqui".

Bernardinho e José Roberto Guimarães certamente estão a esquentar os miolos para, desse celeiro, escolher só 12 para a seleção masculina e 12 para a feminina.

A continuar nessa toada - na qual se inclui o vôlei de praia -  e o mundo vai acompanhar no Brasil, nas Olimpíadas de 2016, uma supremacia de um país numa modalidade raramente vista.

Para saber mais, acompanhe o portal www.cbv.com.br.