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quinta-feira, 17 de março de 2011

Anda-se devagar. Mas se tem pressa

BRS Copacabana é tentativa para se por ordem na bagunça do Rio (foto: PMRJ)

De Curitiba

Estamos a dois anos de entregar as obras de infraestrutura necessárias para sediar a Copa 2014.

Das mais importantes delas - aquelas que signifiquem melhoria na qualidade de vida das pessoas que moram nas cidades, do contrário não faz sentido gastar bilhões para assegurar eventos assim -, nem sinal nas ruas.

Especialmente às referentes à mobilidade urbana e, em particular, ao transporte coletivo. Até porque, por mais óbvio que pareça mas é bom repetir afinal na prática não é o que se vê nos projetos da maior parte das lideranças públicas, as intervenções referentes ao transporte coletivo, e não ao individual (vias para o tráfego de automóveis), é que devem ser priorizadas.

Curitiba, sede, se prende à antiga expectativa pela implantação do metrô. Enquanto isso, o sistema de ônibus há muito opera saturado, desatualizado: ônibus, superlotados, seguem itinerários elaborados há mais de 20 anos, quando o tamanho, os pólos da cidade eram outros. Para qualquer deslocamento é preciso fazer duas, três, quatro baldeações, percorrer caminhos dispensáveis, que só fazem tornar a viagem longa, morosa.

Santos, cidade que se prepara para ser suporte à sede São Paulo, também aguarda o cumprimento da promessa de implantação do metrô leve, os veículos leves sobre trilhos (VLT). Desde os tempos de Mário Covas os governos tucanos paulista anunciam e re-anunciam as obras do VLT. Nem a licitação saiu ainda. Santos e região também se movimentam em um sistema de ônibus abarrotados, rodando por roteiros irracionais. E tarifa cara, especialmente das linhas metropolitanas.

A capital paulista expande vagarosamente sua malha de metrô. A prefeitura e o governo do Estado preferiram investir em mais pistas e pontes, para automóveis, nas marginais Tietê e Pinheiros. O "Passa-Rápido", rede de corredores de ônibus que a Marta Suplicy criou, foi esquecido pelo neossocialista Gilberto Kassab.

No Rio de Janeiro, as redes de trem e metrô, privatizadas, é ineficiente. O sistema de ônibus, uma bagunça. A prefeitura vem tentando organizar. Final do ano passado municipalizou a gestão das linhas e da arrecadação e começa a implantar faixas exclusivas em grandes avenidas. 

O "BRS Copacabana", por exemplo, melhorou bastante a circulação dos ônibus no bairro. Exige uma mudança brusca de cultura, principalmente dos condutores de automóveis que passam a ver seu espaço "tomado" pelos coletivos. Com urgência, o tal "BRS" (sigla de uma expressão em inglês, a qual deveria ser substituída, traduzida, "bus rapid system") precisa ir para o restante da Zona Sul, Centro, Zona Norte, Zona Oeste.

Bom, são só exemplos conhecidos in loco por aqui.

Você aí de Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Recife também deve ter seus problemas a apontar.

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