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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal, mas é tempo também de falar do Carnaval

Lucy Alves será uma das intérpretes da Imperatriz, que tem um dos três melhores sambas pra 2016

Como é tradição no Macuco Blog, às vésperas do 25 de dezembro desejamos Feliz Natal, rogamos por um próspero ano novo mas aproveitamos também para falar do Carnaval. Sem paganismo, sem heresia, fazemos uma breve análise dos sambas-enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro.

Afinal, de uns meses para cá os preparativos cada vez mais se aceleram. E os ensaios, cada vez mais se intensificam.

Enfim, o ritmo é de contagem regressiva – embora deva ser uma contagem bem lenta; é momento de férias, portanto sem pressa para o tempo passar.

Já havia adiantado no instagram, e me estendo um pouco mais aqui: dos 12 sambas das escolas do grupo especial, ouço três se sobressaindo.

São eles os sambas da Imperatriz Leopoldinense, o da Mangueira e o da Vila Isabel.

Desses, menção especial ao da Imperatriz.

A escola vai homenagear Zezé di Camargo e Luciano e o Estado de Goiás, abordando a vida sertaneja, o lado caipira da nacionalidade brasileira.

O samba chama atenção por, logo de cara, repetir um recurso que a Vai-Vai aplicou em seu samba no Carnaval deste ano, no enredo sobre Elis Regina. O samba da Vai-Vai incorporou um trecho de “Maria, Maria” – não só na letra, como na melodia.

Deu muito certo, sacudiu a Passarela Adoniran Barbosa e entrou para o pódio dos melhores desfiles da história do carnaval paulistano.

O samba da Imperatriz Leopoldinense faz o mesmo com “É o amor”. Reitere-se: não é uma mera intertextualidade na letra; há incorporação de breve, brevíssimo trecho da melodia original da canção eternizada pela dupla de Goiás.

Uma mistura sensacional.

Agora, o que torna o samba da Imperatriz extraordinário é a interpretação da cantora e compositora Lucy Alves.

Segundo noticiado por aí, Lucy Alves, que canta o samba junto com o intérprete oficial da escola no cd de sambas-de-enredo, estará também nos desfiles entoando o hino da Imperatriz Leopoldinense deste ano.

Estará, ainda de acordo com o noticiário, com sua inseparável sanfona.

A se confirmar, e o sambódromo Darcy Ribeiro assistirá a mais um histórico espetáculo.

Pra terminar, destaco o samba da Mangueira em homenagem a Maria Bethânia, pelos dois refrões envolventes, e o da Vila Isabel, sobre o centenário de Pai Arraiá (Miguel Arraes), pelo conjunto da letra.

Não dá para deixar de citar também o do Salgueiro, embora ache que o enredo (inspirado em “A ópera do malandro”, de Chico Buarque) permitia um samba ainda mais forte.

Outro enredo que exigia um samba mais aprimorado é o da Grande Rio, sobre os 470 anos da cidade de Santos. Mesmo assim, dá para ser incluído entre os seis mais interessantes do ano.

A desejar mesmo ficou o da Beija-Flor. É salvo, porém, pelo intérprete, hors concours dos puxadores, Neguinho da Beija-Flor.

Por ora, então, Feliz Natal!

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Postado por @waasantista, de Curitiba | Foto: Divulgação | Publicado também no Brasil Observer

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