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sábado, 25 de janeiro de 2014

Santos, 468 anos

Por-do-Sol visto da altura do Canal 4, Praia do Embaré (foto: WAA)
De Santos
 
Replico aqui texto que fiz para o Ó Minha Santos, em referência ao aniversário da cidade, neste domingo, 26 de janeiro:
 
"Este espaço costuma ser utilizado para a exposição dos problemas e dos desafios de Santos - até porque o Ó Minha Santos tem se mostrado como um dos poucos, se não o único, meio de comunicação local a tratar dos males da cidade abordando-os pela raiz. Todavia, às vésperas de mais um aniversário, aproveitemos a oportunidade para exaltar as qualidades da nossa terra. Afinal, as temos, e são motivo de orgulho.

Este verão, por exemplo, tem rendido imagens espetaculares do anoitecer santista. Seja dos píeres da Ponta da Praia, seja do quebra-mar do Emissário Submarino, ou do alto do Monte Serrat, temos o privilégio de apreciar um por-do-sol que está entre os mais belos do planeta. Apesar da ocupação verticalizada desenfreada do nosso território, a qual cria muros diante do nosso horizonte, a natureza foi tão generosa com Santos que ainda conseguimos contemplar suas melhores formas.

A especulação imobiliária pôs - e continua colocando - abaixo nossa história. Entretanto, o patrimônio arquitetônico e cultural construído ao longo de mais de quatro séculos pela gente santista é tão onipresente que retratos desse legado (ainda?) podem ser apreciados. E não só no Centro Histórico, onde esse patrimônio está mais à mostra.

Uma caminhada pelo Macuco, pelo Marapé, pela Pedro Lessa, pela Vila Mathias, pelo Campo Grande, e a gente se depara com chalés, sobrados, construções ímpares, que servem ou serviram de lar ou de estabelecimento comercial. Cada um deles, certamente, guarda um passado raro.

O território plano em boa parte da ilha convida a caminhadas e a rolezinhos de bicicletas. Mas temos, no nosso quintal, a altitude dos morros e a vista propiciada de seus topos. A Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos do planeta, esta também temos no nosso quintal, ali na área continental. Os manguezais, berços da natureza, embora criminosamente mal tratados e cuidados em razão das desigualdades sociais históricas que obrigaram nossa gente a ir morar em palafitas, esses também estão ali, sobretudo na Zona Noroeste.

Aqui temos o maior porto da América Latina, temos um clube que encantou o mundo com um dos maiores times de futebol de todos os tempos, abrigamos quilombos e estivemos entre os pioneiros a abolir a escravidão, resistimos à ditadura militar implantada pelo golpe de 64, revelamos esportistas, artistas, políticos e trabalhadores anônimos que ajudaram e ajudam a construir a nação brasileira.

Santos tem beleza natural e construída; tem passado, tem presente, e precisa cuidar melhor do seu futuro. Mas segue como um dos rincões mais agradáveis para se viver. Vivamos, Santos! Parabéns pelos 468 anos!"

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