Translate

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cotas: uma tardia, mas justa reparação

O Dem foi ao STF questionar medida, agora lei sancionada por Dilma. Foto: Blog do Planalto
De Curitiba

Com 500 anos de atraso, uma violência irreparável imposta aos índios e negros começa a ser reconhecida e minimamente compensada, com a lei de cotas nas universidades federais sancionada dias atrás pela presidenta Dilma Rousseff, e fruto do trabalho de deputados e senadores (leia aqui).

Por cinco séculos impusemos aos que já viviam aqui antes de Cabral e aos que vieram da África uma cota às avessas. Eles não tinham voz, vez, um quinhão sequer dos mais elementares dos direitos humanos. Pelo contrário: foram vítimas das mais cruéis atrocidades.

Falha, porque tarda, a reparação. Mas, aos poucos, apesar da chiadeira dos privilegiados de sempre, o Estado brasileiro vai amortizando essa impagável dívida histórica.

As cotas já vinham sendo estabelecidas há alguns anos pelas instituições de ensino superior e, depois que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da medida (confira aqui), questionada por um partido político, o Dem (preste atenção em que você vai votar neste ano, hein!?), abriu-se espaço para uma legislação que padronize as regras.

Eis, pois, a lei das cotas. As universidades têm quatro anos para a adequação.

Os efeitos dessa maior igualdade de condições no acesso à educação, base para a solução de nossas injustiças, vão demorar um pouco a acontecer. Mas virão e a abolição - de fato - da escravatura e da exclusão social estará mais próxima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário