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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma, é hora de voltar à tv para explicar as propostas

Depois da reunião com Passe Livre, ideal era convocar rede nacional (foto: ABr)
De Curitiba

A presidenta Dilma Rousseff acertou em ter se sentado à mesa com o combativo e legítimo Movimento Passe Livre.

Também mandou extraordinariamente bem em chamar os governadores e prefeitos pra assumirem, com ela, os compromissos que considera imprescindíveis pra acelerar o processo de mudança do Brasil - iniciado há dez anos.

Dilma foi precisa, e até ousada, nas propostas.

Cometeu, no entanto, um velho erro de seu governo: deixar que as decisões sejam explicadas na televisão unicamente pelo noticiário dos veículos privados - Globo, Band, Record, SBT etc.

Depois do pronunciamento de sexta-feira, da expectativa gerada em torno das propostas que a presidenta viria a apresentar e, principalmente, da complexidade das decisões, Dilma deveria ter convocado, para hoje, nova cadeia nacional de rádio e televisão.

Pra explicar, didaticamente, as medidas pretendidas - sobretudo aquelas mais suscetíveis a distorções por parte da mídia tradicional (a reforma política via plebiscito e a "importação" de médicos).

É impressionante a dificuldade do governo da presidenta Dilma em se comunicar com a população, e passou da hora de isso ser corrigido.

Nestes dois anos e meio, em vez de investir em comunicação pública, em acabar com o oligopólio da mídia, a Secretaria da Comunicação Social financia, por meio das verbas publicitárias, os grandes conglomerados, na vã expectativa de que estes serão simpáticos e darão voz para o governo se explicar à população.

Não à toa nos facebooks da vida transborda uma coletânea assustadora de asneiras, baseadas em notícias distorcidas das vejas, em comentários enviesados da televisão.

Como o governo não se encoraja em rebater, e sequer tem (porque não cria) meios pra isso (acha que preparar omelete na Ana Maria Braga é o suficiente), as bobagens se espalham, crescem, pioram e estavam estampadas em boa parte dos cartazes das manifestações "pacíficas" "apartidárias".

Se o governo Dilma continuar se contentando com o espaço dado ao "outro lado" nas matérias da mídia convencional sobre as ações do governo, todo esse esforço em entender - e atender - as demandas da sociedade vai ralo dentro.

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